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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Trabalho com famílias em Vulnerabilidade Social





Por Rosa Maria Paula Fernandes
Assistente Social – Gerente SASF Jd. Ângela I







A humanidade sempre buscou se organizar em grupos formando famílias com a finalidade de garantir a sobrevivência, porém, nem sempre foram constituídas da mesma forma.
Existem várias composições familiares, porém, há um modelo idealizado, que são apresentados em livros infantis, propagandas de televisão e jornal, a denominada família nuclear, é a tradicional família monogâmica que é constituída por pai, mãe e filhos vivendo num mesmo espaço.
E existem outras reais composições como família monoparental: um dos pais e seus filhos com domicílio em comum. Família recomposta: um dos pais, seu cônjuge e os filhos de um deles ou de ambos. Família composta por casal homossexual com ou sem filhos, avós e netos, tios e sobrinhos, irmãos mais velhos assumindo irmãos menores de idade, parentes e seus agregados dentre outros.
Não existe um padrão de família, não existe a possibilidade de afirmarmos que o parentesco se sobrepõe à afinidade estabelecida entre seus membros. “A Família é o núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social (NOB/05 p.17). É a partir da família que nos constituímos como grupo social e ocupamos um lugar na sociedade.
A família deve ser compreendida no contexto em que está inserida, pois cada família possui seus costumes e valores. É necessário considerá-la como local de afeto e aprendizado, onde se buscam satisfações individuais e coletivas, transmitem-se valores, tradições e crenças.
O trabalho com famílias tem o objetivo de oferecer apoio e legitimá-la como instituição. Não existe família desestruturada, pois a família é sempre estruturada de um modo ou de outro. Qualquer situação humana que permite a manutenção de vínculo afetivo oferece acolhida, existe cuidado entre adultos para com as crianças, jovens e idosos possui uma estrutura.
Para o desenvolvimento de uma criança não será necessário em qual estrutura se encontra e sim que esteja com adultos que dêem condições de sobrevivência e apoio psicológico, físico e social.
Com este olhar, consideramos família como um grupo social, com direito de serviços de apoio, respeitando suas escolhas. Não existe um tempo determinado para o acompanhamento de uma família, pois o cuidado social e psicológico não é possível fazer uma intervenção e pronto, já se consegue a mudança na família. Tem casos que precisam de apoio a longo prazo, nos deparamos com casos de alcoolismo, gravidez na adolescência,  violência doméstica dentre outros e este apoio não é para que a família entre em determinado modelo, mas sim para que consiga oferecer um situação de acolhimento, vínculos, respeito mútuo, o desenvolvimento da linguagem e pensamento permitindo assim um convívio social com dignidade.
Diante do exposto afirmamos que trabalho com família não existe uma receita, busca-se oferecer apoio na perspectiva da redução de fragilidades e redução de vulnerabilidades.
O trabalho desenvolvido no território através de visitas domiciliares, reuniões socioeducativas, oficinas de geração de renda, atividades externas dentre outros é norteado pelo reconhecimento que as pessoas são ou podem vir a serem autores de sua própria história, às vezes sendo necessária uma reconstrução de seus valores, do despertar de habilidades e descolberta de potencialidades, tendo o foco do desenvolvimento do protagonismo.
Para o acompanhamento de famílias a equipe precisa estar preparada para construção de vínculos, a escuta, o acolhimento, o conhecimento do território da rede de serviços para parceria e encaminhamentos/acompanhamento, é um serviço que demanda dedicação, motivação, preparo emocional e que temos como recompensa o crescimento pessoal, a visão de mundo e a superação de nossos limites.

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