Desde muito cedo as crianças tomam consciência do seu corpo e das diferenças entre os sexos. É sobretudo entre os 3 e 6 anos que começam a surgir muitas perguntas, porém os pais sentem-se constrangidos, hesitam em dar as respostas e este comportamento de fuga, silêncio ou até mesmo repressão, faz com que as crianças formulem ideias erradas em relação ao seu corpo e busquem tais informações em outras fontes. Abordar o tema sexualidade e criar um canal confiável de diálogo, não é estimular o sexo, mas promover a aprendizagem necessária para que saibam agir com responsabilidade, evitando a gravidez na adolescência ou doenças sexualmente transmissíveis, por isso, na última semana o núcleo CCA Vila Andrade recebeu a visita do Centro de Testagem e Aconselhamento Parque Ipê – CTA e o Serviço de Assistência Especializada em HIV / AIDS Jardim Mitsutani, que deram início a um trabalho educativo e preventivo, com o auxílio da Assistente Social Maria Ermínia, a Fisioterapeuta Lilian e a Médica Pediatra Sumaia.
O trabalho foi um sucesso, mostrando que o tabu deve ser quebrado, afinal muitos estudos apontam que, na verdade, indivíduos bem esclarecidos tendem a adiar o início de sua vida sexual já que sua curiosidade já foi, em parte, saciada, e existe a ideia clara de que ir mais adiante requer responsabilidades e limites. Além disso, crianças esclarecidas tendem a ter risco significantemente menor de serem abusadas, já que sabem que troca de carícias e sexo deve ser algo consensual, entre pessoas mais velhas e, preferencialmente, envolvendo amor. Pais e educadores devem falar sempre a verdade, usando um vocabulário simples, de acordo com a idade da criança, observando a reação dela e percebendo se está satisfeita com a resposta. O problema é que muitos adultos ficam confusos e não conseguem enfrentar de forma natural os questionamentos, sendo que a curiosidade faz parte do crescimento, as crianças não sabem de nada e precisam da informação dos adultos para conhecer o mundo e o corpo delas.
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