Na semana passada, os sete jovens moradores do Jardim Ângela, periferia da zona sul de São Paulo, retornam ao Brasil, trazendo na mala não só a menção honrosa por participarem de todas as provas do torneio – Quanta, mas dezenas de lembranças, histórias e um pouquinho de cada cultura, afinal o evento contou com a presença de centenas de jovens de 40 países diferentes, todos com a faixa etária entre 16 e 17 anos e entre eles estava a nossa ex educanda Raphaela Bernardes, que fez parte do Clube da Turma M’ Boi Mirim, um dos maiores projetos da ONG Social Bom Jesus.
Tudo começou quando a escola em que estudam, a estadual Luís Magalhães de Araujo, localizada no mesmo bairro da ONG, foi premiada na Olimpíada de Matemática Sem Fronteiras, sendo convidada automaticamente para ficar ao lado de outras cinco escolas brasileiras. Até então os alunos não tinham recursos para embarcar, mas com o apoio da professora Maria Consoladora da Silva, deram um ponto inicial, com postagens nas mídias sociais e uma “Vaquinha Online”, alcançando amigos, familiares e até empresários, que viram o projeto e decidiram colaborar, como foi o caso da Maria Antonia; da ONG Social Bom Jesus; da Editora de livros didáticos - FTD que custeou as passagens e de alguns voluntários que deram aulas de robótica e ciências ao grupo.
Segundo a professora de matemática Maria Consoladora, mais conhecida como a Dora, a presença dos alunos no Quanta representou uma quebra de barreiras, afinal moram em uma região periférica e estudam em escola pública, local com poucos recursos e sem salas especializadas, porém mesmo com alguns obstáculos, tudo é possível, quando o aluno se dedica e acredita não só no seu potencial, mas no trabalho que o professor realiza diariamente. “Para dar aula não precisa ter salas equipadas, mas alunos que acreditem e professores com vontade de trabalhar.”, descreveu Dora em uma entrevista ao Jornal Metro.
Para a Raphaela Bernardes, ex educanda e filha da gerente do CCA Parque Santo Antônio, ter participado da competição foi uma experiência enriquecedora e gratificante, durante a olimpíada ela fez parte de uma das etapas mais difíceis, tendo que responder em 60 segundos, 60 questões de química, biologia e física, tudo em inglês. “Participar da competição fez com que nós entrássemos em contato com pessoas de diferentes regiões do Brasil e do mundo, entramos em contato com outras culturas, conhecimento que levaremos pra vida toda”, descreveu. O que parecia um sonho e impossível, virou realidade, “Acredito que todos devem acreditar no seu objetivo, ter foco sempre e nunca desistir. Porque nós, os sete alunos, nunca imaginamos que chegaríamos até aqui, que chegaríamos tão longe, mas chegamos e vamos mais longe ainda, porque a partir do momento que nós percebemos que podemos ir muito mais além, nos sentimos vencedores”, relatou Raphaela, em agradecimento aos professores e principalmente a professora Dora de Matemática que sempre acreditou no grupo.
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